Grupo de borboletas ganha nome de vilão de ‘Senhor dos Anéis’

Grupo de borboletas ganha nome de vilão de ‘Senhor dos Anéis’

Um grupo de pesquisadores recentemente identificou nove novos grupos de borboletas na natureza. No entanto, um deles chamou mais atenção do que os demais: o novo gênero, apelidado de Saurona, recebeu tal nome pelo fato do padrão de suas asas lembrar o olho flamejante de Sauron — o olho que tudo vê do malvado governante de Mordor.

Sauron é um vilão pertencente a trilogia O Senhor dos Anéis, escrita por J.R.R. Tolkien, e que possui grande importância dentro da cultura geek. Se não bastasse sua relevância dentro do enredo da saga, Sauron agora também ganha uma belíssima representação na natureza. Conheça mais sobre essa história nos próximos parágrafos!

Homenagem literária

(Fonte: Museu de História Natural de Londres)

(Fonte: Museu de História Natural de Londres)

No primeiro dos três livros escritos por Tolkien, chamado A Sociedade do Anel, o autor realiza a seguinte citação a respeito do olho de Sauron: “o Olho estava rodeado de fogo, mas ele próprio era vítreo, amarelo como o de um gato, vigilante e atento. A fenda negra de sua pupila era aberta em um buraco, uma verdadeira janela para o nada.”

A arrepiante descrição acabou inspirando os pesquisadores que documentaram a descoberta de duas novas espécies desse gênero, chamadas de Saurona triangula e Saurona aurigera. Essas borboletas são nativas das florestas tropicais no sudoeste da Amazônia. 

Em comunicado oficial, a curadora sênior de borboletas do Museu de História Natural de Londres e coautora do estudo, Blanca Huertas, explicou a nomeação. “Nomear um gênero não é algo que acontece com muita frequência. Portanto, foi um grande privilégio fazê-lo e agora significa que podemos começar a descrever novas espécies que descobrimos como resultado desta pesquisa.”

Novas espécies de borboletas

(Fonte: GettyImages)

(Fonte: GettyImages)

Publicado no mês passado na revista Systematic Entomology por uma equipe internacional de cientistas, o artigo feito pelo Museu de História Natural de Londres avaliou mais de 300 espécies diferentes de borboletas. Por mais de uma década, os autores do estudo usaram identificação visual e sequenciamento genético para analisar os insetos.

Por muito tempo, o estudo se concentrou nas borboletas de uma subtribo chamada Euptychiina, que é um grupo notoriamente difícil de estudar por dividirem várias características — incluindo asas marrons. Por fim, através dessas análises, a equipe acabou descobrindo 20% mais espécies do que antes do projeto ser iniciado.

De acordo com o artigo, tais números provam que a ciência ainda está na “fase de descoberta” quando se trata de documentar e definir tipos de insetos. Segundo os cientistas, descobrir e nomear novas espécies de insetos — sobretudo borboletas — é crucial para os esforços de conservação das espécies.

Para Huertas, utilizar nomes da cultura pop, como o caso de Sauron, pode ser algo determinante para que exista um aumento na conscientização sobre a situação desses belíssimos insetos e para que mais pessoas se disponham a lutar pela preservação desses animais.

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